28 de mar. de 2013

PASSO FUNDO - CARTA ABERTA À COMUNIDADE PELA CONTINUIDADE DO PROJETO MULHERES DA PAZ


CARTA ABERTA À COMUNIDADE
PELA CONTINUIDADE DO PROJETO MULHERES DA PAZ

Nós, Mulheres da Paz, reunidas no Segundo Encontro das Mulheres da Paz de Passo Fundo, no Salão do Júri do Fórum de nossa cidade, no momento em que lembramos o Dia Internacional da Mulher, vimos apresentar, através desta Carta Aberta, as razões pelas quais estamos convencidas de que QUEREMOS CONTINUAR ATUANDO COMO MULHERES DA PAZ. A sociedade passo-fundense não pode ver este Projeto ser encerrado no mês se abril. Queremos que o Projeto continue nas MESMAS CONDIÇÕES NAS QUAIS VEM SENDO DESENVOLVIDO porque confiamos no trabalho feito pela Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo em parceria com a Prefeitura Municipal de Passo Fundo. O Projeto Mulheres da Paz precisa continuar:
1. PORQUE através dele aprendemos que “somos defensoras de direitos humanos” e que o melhor caminho para enfrentar a violência é organizar as comunidades para que exijam os direitos humanos;
2. PORQUE as ações que desenvolvemos em nossas comunidades nos aproximaram de cada morador e de cada moradora e nos despertaram para o compromisso com a vida comunitária e a construção da paz através da mediação dos conflitos;
3. PORQUE o acompanhamento da Equipe Multidisciplinar e dos facilitadores que nos capacitaram, sob a coordenação da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo, foram essenciais para que pudéssemos aprender os melhores caminhos para que nossa atuação atendesse aos objetivos do Projeto;
4. PORQUE as condições disponibilizadas pelo governo federal através do Ministério da Justiça e a coordenação da Prefeitura Municipal nos puseram no mapa dos municípios que trabalham a segurança pública com cidadania, pela implementação do Pronasci;
5. PORQUE o projeto nos fez entender que somos sujeitos que têm direitos, nos fez agentes defensoras dos nossos próprios direitos e mediadoras para a construção de lutas pela garantia dos direitos de todas as pessoas;
6. PORQUE o projeto nos empoderou e nos encorajou a seguir firmes na luta contra todas as formas de violência, de modo particular a covarde violência contra as mulheres, entre outros motivos, para honrar o nome de nossa colega Sílvia Aparecida de Miranda que deu sua vida para proteger sua filha que sofria violência doméstica, tornando-se mais uma nessa triste estatística que coloca nossa cidade na 12ª posição estadual e na 219ª posição nacional no número de homicídios de mulheres, o que por si só justifica e prova a necessidade de políticas públicas e sociais de prevenção e combate à violência contra a mulher;
7. PORQUE a população dos 20 bairros e vilas nos quais atuamos há mais de um ano, depois de aproximadamente Cinco mil encaminhamentos por nós realizados, sabe que a vida ficou bem melhor e, com certeza, poderá ficar melhor ainda se pudermos continuar a multiplicar informação, ação, mobilização, cidadania;
Por tudo isso, temos certeza de que podemos contar com o apoio da comunidade passo-fundense, das autoridades e das lideranças sociais, religiosas e culturais. Temos certeza de que o governo municipal fará todos os esforços para viabilizar a continuidade do Projeto através da aplicação dos recursos que sobraram ou que resultaram dos rendimentos de aplicação (R$ 142 mil) e através da disponibilização dos recursos previstos no orçamento municipal (R$ 200 mil) para serem conveniados com a Comissão de Direitos Humanos para a continuidade do Projeto. Estamos certas de que, além das condições para o acompanhamento do trabalho das mulheres e de sua capacitação permanente (feita pela Equipe Multidisciplinar da Comissão de Direitos Humanos), as mulheres poderão continuar a contar com a bolsa pela qual recebem pequena ajuda de custo para a atuação no Projeto. Temos certeza de que, o que vai acontecer em abril será apenas o encerramento de uma fase num dia e a abertura de outra fase no dia seguinte, sem interrupção. Para isso confiamos que as autoridades e os nossos apoiadores farão todos os esforços para que isso aconteça.
Enfim, não pedimos nada que não seja o mínimo para que nós possamos continuar ajudando Passo Fundo a ser uma cidade na qual as pessoas possam viver melhor.

Passo Fundo, 06 de março de 2013.

Mulheres da Paz de Passo Fundo

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