25 de abr. de 2013

A Participação das Mulheres - Importancia...


Mulheres perigosas, em movimento!
O conhecimento, a valorização e a participação das Mulheres na vida social das comunidades têm-se revelado como importantes ferramentas da emancipação feminina. Construir as condições para este empoderamento de cidadania continua sendo um grande desafio para a nossa sociedade, particularmente na nossa querida cidade Passo Fundo. Mulheres empodeiradas de conhecimento, cidadania e direitos, tornam-se sujeitas de direitos sempre "perigosas" numa sociedade que ainda se assume machista, hipócrita e hierarquizada; que continua afirmando o protagonismo dos homens em detrimento do ativismo das mulheres.

Mulheres que ousam sair de seu ambiente privado (família-casa) para ocupar espaços públicos de vivência de cidadania, parece que precisam ser combatidas. Aos olhos das autoridades constituídas, "o que incomoda é que as Mulheres saem de seus bairros para mobilizar-se e reivindicar direitos e justiça". Se ficassem em seus bairros, talvez não incomodassem tanto. Não seriam vistas, lembradas e nem reconhecidas. O seu reconhecimento no centro da cidade e no centro da esfera dos poderes parece atrapalhar planos de quem desejaria deixar tudo como está.

Mulheres da Paz são hoje mulheres distintas. Sentem-se responsáveis por seus direitos e pelos direitos dos outros. Aprenderam a mais sábia lição de que "quanto mais se compartilha a vida, mais a vida se multiplica”. Que quanto mais orientação aos direitos, mais a cidadania se amplia. Que quanto mais a gente colabora para construir uma cultura de paz e de segurança pública, maiores são as oportunidades de felicidade para todos. Mulheres da Paz descobriram o quanto é bom estar com os outros e outras. Aprenderam que felicidade é uma construção social, que acontece na relação de uns com os outros.

Testemunhar este aprendizado e perceber que o trabalho social e o reconhecimento das mulheres como agentes de uma cultura de paz e de direitos humanos nas comunidades pode estar chegando ao fim, nos deixa preocupados, mas ainda mais atentos quanto aos rumos das políticas locais de proteção e promoção dos direitos para as mulheres de nossa cidade. Compreendemos, é claro, que nenhum projeto consegue abarcar todas as dimensões humanas que o mesmo desperta.  Ocorre que o Projeto Mulheres da Paz faz um grande bem à cidade, às Mulheres da Paz envolvidas, às comunidades, às escolas e, principalmente, faz um bem a todas as mulheres de nossa cidade.
Desperta querida Passo Fundo porque a garra e a sensibilidade feminina não permitirão que a insensatez machista vença o desejo das Mulheres da Paz, porque “a vida não se faz por linhas retas e definidas”. As Mulheres da Paz embarcaram num trem e agora sentem dificuldades de desembarcar, em paradas não decididas por elas. As Mulheres da Paz não se enganaram a si mesmas; apenas reclamam continuidade para seu trabalho porque foram reconhecidas como mulheres, mães, líderes e agora, também, cidadãs de nossa cidade.
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.

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