11 de jul. de 2014

Derrota da Seleção, não do Brasil!

Derrota da Seleção, não do Brasil!

Na Copa do Mundo 2014, o povo brasileiro está jogando um bolão! Como nenhum povo e cultura no mundo, soube acolher e aplaudir os milhares de turistas que aqui vieram se divertir, comemorar e integrar-se com nossa cultura. Soubemos, como ninguém, aplaudir o bom futebol, cultivar os melhores relacionamentos e respeitar a diversidade cultural do mundo que passou por aqui.

Soubemos valorizar a nossa cultura e a nossa história. Sem medo de expor as nossas contradições, mostramos o melhor que temos e manifestamos ao mundo o orgulho de ser brasileiros.

A Seleção brasileira não jogou o melhor futebol e, no jogo com a Alemanha, decepcionou geral. Mesmo assim, com esportividade, os jogadores e o técnico Felipão souberam reconhecer os erros e admitir o fracasso.

O Brasil sairá desta Copa muito maior do que entrou nela. Revigoramos as nossas esperanças e, podem apostar, o futuro pertencerá a todos aqueles e aquelas que verdadeiramente acreditam no Brasil e que se dispõem a lutar por mais conquistas e cidadania. 

As aventuras de uma má escalação e formação da Seleção brasileira deixemos na conta de Felipão. As escalações da política, no advento das eleições gerais de outubro, os brasileiros saberão fazer, sem sobressaltos e sem falsas ilusões.

Nossa democracia se consolida com o orgulho, a coragem, a luta e a disposição de dos brasileiros que querem fazer o Brasil avançar sem retroceder. O povo é sábio porque não deixa que lhe tomem a esperança. Quem viver, verá! "Brasileiros não desistem nunca"!

(Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos)

2 de jul. de 2014

COPA DO MUNDO - MAIS BRASIL

Mais Brasil”
            Desde a Copa de 98, escrevo sobre a realização das Copas do Mundo e a participação da Seleção Brasileira neste grande evento esportivo. Acredito que estádios de futebol representam para os brasileiros “espaços de construção de identidade, de cultivo de bons valores humanos e espaço para viver e experimentar os melhores relacionamentos”. Acredito que, em todas as Copas do Mundo, brasileiros e brasileiras fazem uma revisão de si mesmos, jogando com seu orgulho, sua cidadania e seu amor à Pátria como componentes fundamentais da identidade brasileira.
Em 2014 não faltaram aqueles que quiseram ensinar um novo jeito de torcer por esta nação e pelo futebol brasileiro, sendo contra aquilo que vem de nossa alma e nossa essência: o gosto pelo futebol. Mas “erraram o pulo”, pois para a imensa maioria, o futebol reflete as diferenças, os potenciais, os talentos e a criatividade. O futebol representa muito do nosso povo, de sua postura e de sua vontade de vencer e apresentar-se ao mundo.
O Brasil não precisa mais impressionar ninguém, em nenhum quesito, muito menos no futebol. O Brasil deve se fazer respeitar por tudo aquilo que tem de bom e todos os brasileiros deveriam orgulhar-se do país que somos. Esta é a atitude fundamental para continuarmos lutando, diariamente, por um Brasil cada dia melhor. Este imenso país possui um povo que não pode ser subestimado por sua inteligência, criatividade e ousadia.
O falso pessimismo que tentaram imprimir neste país tem a ver com a resistência às mudanças substantivas que ocorreram no Brasil nos últimos anos, para a maioria dos brasileiros. Tem a ver com a ampliação das possibilidades democráticas de vivermos a cidadania, nem sempre bem vistas por aqueles que se sentem donos desta nação. Tem a ver com um novo e importante advento que se aproxima: as eleições gerais.
Os brasileiros provam, mais uma vez, que a maior riqueza está na garra, na fé e na esperança que se fazem na luta cotidiana de cada cidadão e cidadã brasileira. Os brasileiros manifestaram que querem mais do que já conquistaram, mas sabem que não existem mágicas nem ideias “mirabolantes” que irão mudar o percurso da ampliação de sua cidadania.
Emprestamos nossa terra, nossa altivez e nossa cultura para a realização do maior espetáculo do mundo. Sem medo de expor ao mundo nossas contradições, durante a realização da Copa do Mundo, fomos nos alimentando daquilo que mais temos de bom. Apesar de excessos de uma minoria, unimos os nossos sentimentos de brasilidade nos mais equidistantes rincões e comunidades deste país.
A Copa do Mundo pode não trazer título à nossa Seleção, mas já nos trouxe de volta o que queriam nos tomar: a fé e a esperança de que nosso país vai dar certo! Brasileiro de verdade acredita no Brasil e age nas horas certas. Sabe que este país tem uma enorme dívida com a cidadania e com a falta de oportunidades para com a maioria dos brasileiros: pobres, explorados, sem estudo, sem trabalho, sem saúde, sem dignidade. Esta conta quem vai pagar é a nossa rica nação brasileira e quem deve exigir é a organização e a luta da coletividade, agora alimentada por um sentimento de “mais Brasil”.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.