23 de set. de 2015

Religião ou Espiritualidade?

Religião ou Espiritualidade? Texto de Ed René Kivitz

Religião ou Espiritualidade? Texto de Ed René Kivitz

Destaque da Semana Dizem que Religião e Futebol não se discute. Será? Em tempos de Copa do Mundo tudo o que diz respeito a futebol é destaque, notícia e discussão. E quando a notícia mistura futebol com Religião? Um episódio envolvendo os badalados jogadores do Santos aconteceu há algumas semanas e chamou a atenção de todos. Os craques santistas fizeram uma visita a uma entidade chamada Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com paralisia cerebral. O objetivo era entregar ovos de Páscoa e passar algum tempo com as crianças. Mas, alguns dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusaram a entrar na entidade e ficaram dentro do ônibus do clube, sob a alegação de que são evangélicos e a entidade era espírita. Sobre o fato, Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico e santista desde pequenininho, fez a seguinte reflexão: “Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. Aliás, o mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião. A religião está baseada em ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e de cada uma das tradições de fé. Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar os favores de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, para decidir se deve ou não entrar nela, você está discutindo religião. O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Javé, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna, os devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos que pensam e crêem de forma diferente, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os diferentes deixem de existir, pois se tornam iguais a nós, ou pelo extermínio puro e simples, como já aconteceu e ainda acontece ao longo da História, através de assassinatos em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com “d” minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus. Mas quando você concentra sua atenção e ação em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade que é comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da solidariedade, na busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero e, inclusive, religião. Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa recheado de carinho, afeto e alegria para uma criança que sofreu a tragédia de uma paralisia cerebral.

8 de set. de 2015

DOWNLOAD: LIVROS DIDÁTICOS


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  • Livro de Física - Kazuhito Fuke (V1)    download
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  • Livro Análises Leituras Obrigatórias Fuvest e Unicamp download
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  • Livro de Biologia - Sergio Linhares e Fernando Gewandsznajder (3V) 
  • Livro de Química - Martha Reis (3V) 
  • Livro de Química - Mortimer e Machado (3V) 
  • Livro Compreendendo a Física - Alberto Gaspar (3V) 
  • Livro Geografia Geral e do Brasil - Eustáquio de Sene (3V) 
  • Livro História Geral e do Brasil - Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo (3V) 
  • Livro História em Movimento - Gislane e Seriacopi (3V) 
  • Livro Contexto e Aplicações - Dante (3V) 
  • Livro Língua Literatura e Produção de textos - José de Nicola (3V) 
  • Livro Viva Português - Elizabeth, Paula e Silvia (3V) 
  • Livro Espanhol entre Contextos - Fernanda Castelano, Greice Nóbrega e Marcos Maurício (3V) 
  • Livro Espanhol Sintesis - Ivan Martin (3V) 
  • Livro de Inglês - On Stage - Amadeu Marques (3V) 
  • Livro de Inglês - Way to go - Kátia Tavares (3V) 
  • Livro Iniciação a Filosofia - Marilena Chauí (volume único) 
  • Livro Filosofia a Experiência do Pensamento - Sílvio Gallo (volume único) 
  • Livro Sociologia Hoje - Igor José de Renó Machado, Henrique Amorim, Celso Rocha de Barros (volume único)

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  • Livro Revisão - Biologia
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Cidadania corre riscos


Cidadania corre riscos
“A vida é uma eterna utopia de tentarmos ser bem mais do que simplesmente existir”. (Canuto Diógenes)
            É contagiante colher e sentir a energia que inspira a vida de nossa gente brasileira. Vivemos um momento histórico em que a realidade se sobrepõe às nossas filosofias, intencionalidades ou utopias. Das ruelas, dos becos e das esquinas das cidades de nosso país, dos nossos rincões, emana uma energia capaz de gerar novos desdobramentos que orientam a política de nosso país. Basta ir ao encontro de nossa gente para perceber uma revolução silenciosa de atitudes e consciências, impregnadas de um desejo cada vez maior de que todos sejam tratados como gente. Porém, esta cidadania hoje corre riscos.
            Ainda são muito insuficientes as oportunidades de vida, de trabalho, de educação, cultura e de lazer que foram conquistas do povo brasileiro. O nosso povo ainda sofre demais com as carências de vida e de oportunidades. No entanto, vive concretamente a melhoria de suas condições de comer, vestir-se, estudar, trabalhar e morar melhor. E, a partir destas condições, projeta um futuro melhor e sonha com muito mais oportunidades.
            Por muito tempo, utopia era profecia, promessa, discurso de mudança para a vida das pessoas. Ninguém sabia como engajar as mentes e os corações para a construção de um novo tempo de mudanças. Deste modo, a utopia era operada na dimensão política, politizando-a. As utopias estavam presas a um discurso político-ideológico e esperava-se que este discurso fosse capaz de impulsionar, por si só, grandes mudanças. Não só as grandes mudanças não aconteceram como o próprio discurso utópico perdeu seu sentido e valor para os nossos tempos. Mas pequenas - significativas mudanças - deram ao povo brasileiro o impulso que ele precisava para, por sua conta, construir um silencioso e importante processo de transformação de sua apatia em cidadania.
O povo segura, hoje, silenciosamente, muitas conquistas como uma casa, faculdade dos filhos, o emprego, comida de mais qualidade, a poupança, o carro, um trator, uma máquina. Mas não faz festa porque vivemos num tempo em que as conquistas correm sérios riscos. O alerta já está dado e vivemos com medo de um sinal vermelho! Ao invés de ampliar e consolidar conquistas sociais, este é um momento em que  precisamos lutar para que o Brasil não retroceda. Este é que deveria ser o autêntico sentimento de quem vai às ruas para protestar!
A maioria absoluta dos brasileiros e brasileiras nunca se dispôs a fazer uma revolução política e cultural, mas reconhece os investimentos e iniciativas que lhes deram melhores condições de vida e de cidadania. O desafio dos sindicatos, das cooperativas de produção e de crédito, das associações do comércio e indústria, de todas as organizações dos trabalhadores é lutar para que os rumos da economia sejam sem a perda de direitos e conquistas de cidadania. Experimentamos, nos últimos anos, uma cidadania ativa e não podemos descuidar para que fique em nossa lembrança como "cidadania de ocasião".
O Brasil fez a revolução da cidadania pelo viés do consumo. Agora, precisa emancipar a cidadania pelo viés da consciência e pela garantia dos direitos fundamentais, que somente serão efetivados pela luta e organização e com a união de todos os que acreditam que o desenvolvimento de uma nação se mede pela qualidade de vida social de sua população.
Sou um otimista do Brasil por conta de seu povo, mas temo que interesses difusos e interesseiros de alguns coloquem em risco as conquistas da maioria. Luto e insisto, teimosamente, que a cidadania seja vencedora.
            Nei Alberto Pies, professor e ativista em direitos humanos

Verdades de uma greve de servidores públicos

Verdades de uma greve de servidores públicos

São muitas as verdades que precisam ser anunciadas:
1. Os funcionários grevistas assumem compromisso ético e político muito sério: a greve não é em causa própria, mas em nome de todos os seus colegas. Por isso mesmo, a greve sempre é sustentada pelos mais coerentes, mais conscientes e mais seguros de si;
2. Críticas sempre são bem-vindas ao movimento, mas somente serão aceitas aquelas que vierem de quem luta. É muita covardia esconder-se atrás de certas críticas para não vir somar-se com a luta;
3. Além de ser um compromisso sério que tem horas e horários definidos, a greve também se faz de alegrias, de encontros, de convivências, de muitas trocas. Uma greve tem certa espiritualidade e se faz com compromissos de quem se soma para lutar. Por isso mesmo que grevistas tem todo direito de rir, de tomar chimarrão, de sentar em rodas, de ouvir músicas, de exibir-se em fotos. Uma luta boa se faz com alegria!
4. Quem luta também educa. Quem educa verdadeiramente, desestabiliza os acomodados. Ao nos organizarmos pacificamente, estamos ensinando ao conjunto da sociedade que é preciso organização quando os direitos são atacados;
5. Jornalistas e parte da imprensa que tentam nos jogar contra a população precisam nos escutar primeiro para entender nossas causas. Não somos, definitivamente, responsáveis pela situação na qual nosso último recurso foi a greve;
 6. Os números de grevistas não são o principal parâmetro para sustentar e legitimar uma greve. O que vale e sustenta as lutas é o que buscaremos numa negociação;
7. Mentes tranquilas, serenas e convictas incomodam os adeptos dos terrorismos, das ameaças, das punições e das simulações que tentam desestabilizar os manifestantes para desmerecer o mérito das lutas;
8. Greve do funcionalismo municipal ou estadual sempre busca aperfeiçoar e aprimorar a qualidade dos serviços públicos. Servidor valorizado cumpre função pública com maior interesse e motivação;
9. O desejo maior de quem está em greve é voltar ao trabalho, pois o local de trabalho é seu lugar de realização e a garantia de seu ganha-pão;
10. Todos os que ousam participar de uma greve, voltam transformados e revigorados para seus locais de trabalho. Aprendem, como ninguém, que não é bom ser escravo e que ser sujeito da sua história sempre tem preço, que sempre vale a pena pagar. Aprendem também que o ombro a ombro, o cara a cara e a solidariedade nos humanizam, transformando-nos em seres humanos melhores.

Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos.