25 de mai. de 2016

Os jovens se mantém "acordados".

Os jovens se mantém "acordados".
A rebeldia nos jovens não é um crime. Pelo contrário: é o fogo da alma que se recusa a conformar-se, que está insatisfeito com o status quo, que proclama querer mudar o mundo e está frustrado por não saber como". (http://www.chabad.org.br)
Controlar ou emancipar a juventude é um dos dilemas de nossos tempos. O jornalista Moisés Mendes, em artigo Esses jovens, descreve que  "o jovem com vontades é uma invenção recente da humanidade. E o jovem capaz de influenciar os outros com suas vontades é uma invenção com pouco mais de 40 anos". Ao longo dos tempos, os jovens resistem e mantém acesa a ideia de mudar o mundo. Desejam, profundamente, que ideais e mundo sejam uma nota só. Seus sonhos projetam ideias em teimosia. Eles têm consciência que precisam controlar o seu "fogo ardente", mas desejariam que este controle fosse deles, não daqueles que representam qualquer autoridade (pais, professores, psicólogos, legisladores, juízes, polícia). Rejeitam serem pensados pelos outros.
Os jovens sempre gostaram de desafiar os adultos, embora nunca tenham dispensado o apoio sincero e franco, a escuta compreensiva e a orientação bem intencionada dos mais velhos. A novidade de agora é que se apoderaram, como antes nunca visto na história, de uma poderosa ferramenta de comunicação e interação: a internet e as redes sociais. E descobrem agora que, juntos, com o pincel da cidadania e a tinta de sua criatividade, podem fazer mudanças por si mesmos e pela educação, ao ousarem ocupar suas próprias escolas.
O inconformismo que caracteriza os jovens é a força renovadora que move o mundo, mas também algo que incomoda os já acomodados. Acomodados, despreparados ou desconhecendo a realidade do universo juvenil, muitos desqualificam a juventude, vendo-a como um incômodo ou como uma fase de passageira rebeldia. Ao invés de emancipar, desejam controlar, dominar, moralizar. A rebeldia é o sinal de que a juventude continua sadia, cumprindo com o seu papel de provocadora de mudanças. A rebeldia, aos olhos da filosofia, é atitude de quem quer ser sujeito de sua história, não seu coadjuvante. A filosofia, como o inconformismo, motiva cada um na busca de seus próprios caminhos. Se os jovens mantiverem senso de direção, terão o poder de mover mundos.
O filósofo Sócrates, na Grécia Antiga, acreditando na emancipação humana, desenvolveu a maiêutica. Concebeu o papel dos sábios a um trabalho de parteira (que ajudam a dar a luz). Ele acreditava que a verdade e o conhecimento estão com cada um e cada uma de nós, e cada indivíduo pode descobrir as razões e verdades que motivam seu viver. Não por acaso, fora considerado um incômodo para Atenas. Uma das razões de sua condenação à morte foi insuflar a juventude a pensar por sua conta.
O fato é que os jovens de hoje vivem o seu tempo a partir de suas percepções, vivências e leituras. Seremos capazes de compreendê-los em nosso momento histórico? Teremos disposição para o diálogo e a escuta, buscando entender os desejos, sonhos, medos e angústias que os movem?
Vale a pena pensar que filosofia e rebeldia desencadeiam atitudes altivas e saudáveis, próprios daqueles que decidem pensar e, agora, ocupar as ruas de nossas cidades. Jovens e adultos, no entanto, precisam discernir que causas valem suas vidas. A violência e a agressão, em forma de rebeldia, não podem ser toleradas. Mas, acima de tudo, a opção é da sociedade: apostar e empenhar-se na emancipação e inclusão da juventude ou considerá-la como constante ameaça contra a ordem social. Cada opção, com seu preço.
* Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos.

17 de mai. de 2016

Que sábios nossos jovens!

Que sábios nossos jovens!
Ouvi alguém dizer por aí e resolvi recriar a sua fala. Neste mundo não há nada de tão original, mas a gente está sempre recriando coisas dos outros e coisas da gente. Assim ouvi: "eu penso que hoje as pessoas estão cansando. Estão cansando de ditaduras, de enganação, de falsidade, de promessas fáceis, de corrupção. As pessoas estão cansando de ser manipuladas. E eu acredito muito nisso”. 

Lembrei então de uma das mais sensatas análises que já vi sobre as manifestações dos jovens por decência neste país: "os jovens estão cansados dos entulhos da política”. Concordo que os jovens acordaram novamente seu poder transformador e questionador. Querem renovar o mundo e a política, reinventando o que já ocorria já mais de 2500 anos nas àgoras gregas. Querem ser ouvidos diretamente, sem burocracias que entulham a política e os políticos. Querem democracia participativa e direta. Querem ser ouvidos!” Querem mudar a qualidade social da educação e por isso ocupam escolas públicas para demonstrar sua indignação e sua capacidade criativa de lutar por seus direitos. Querem ocupar espaços que julgam seus.

Pus-me então a pensar que tudo está mesmo na contramão do nosso tempo, que ignorou que temos que conviver e conversar mais para nos entender melhor. Estranhamente, quem denuncia e quer revolucionar nossos tempos é quem já percebeu os limites das liturgias virtuais: os nossos adolescentes e jovens. Pensei então: que sábios! Os mesmos permanecem híper e mega conectados, mas também descobriram que é importante se encontrar, se agrupar, para organizar direitos e imprimir o seu modo de ser.
Estou com eles, pois acredito que ninguém veio ao mundo de passagem. Neste aspecto, tenho grandes concordâncias com nosso maior pedagogo Paulo Freire quando afirmou que ""não viemos ao mundo para ser treinados, fizemo-nos no mundo seres modificadores. A adaptação ao mundo é apenas um momento do processo histórico. Adapto-me hoje, para amanhã, desadaptando-me, corrigir o mundo e inserir-me nele". 
Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos.

14 de mai. de 2016

FILOSOFIA: EXERCÍCIOS - PROVAS...CONCURSOS... - Escola de Frankfurt -

QUESTÕES ESPECÍFICAS-OBJETIVAS

Leia o texto abaixo e responda as questões de número 11, 12 e 13. 

 "No século XIX, entusiasmada com as ciências e as técnicas, bem como com a Segunda Revolução Industrial, a Filosofia afirmava a confiança plena e total no saber científico e na tecnologia para dominar e controlar a Natureza, a sociedade e os indivíduos. [?] No entanto, no século XX, a Filosofia passou a desconfiar do otimismo científicotecnológico do século anterior em virtude de vários acontecimentos". (CHAUÌ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2001, p.49-50). 

11 Uma marca da desconfiança da filosofia para com o otimismo cientificista foi o aparecimento da noção de razão instrumental, formulada pelos teóricos da Escola de Frankfurt. Sobre razão instrumental é possível afirmar: 
A) Refere-se aos instrumentos usados pela razão para encontrar as explicações mágicas do mundo. 
B) Trata-se do exercício da racionalidade científica, que tem por empresa o domínio da natureza para fins lucrativos e coloca a técnica e a ciência em função do capital. 
C) Corresponde à maneira através da qual os filósofos Adorno, Horkheimer e Marcuse descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da emoção.  
D) Defende as ideias de progresso técnico e neutralidade científica como elementos que resguardam a positividade da ciência. 
E) Os filósofos da Escola de Frankfurt afirmam que a razão instrumental reflete sobre as contradições e os conflitos políticos e sociais, fato que fez com que eles ficassem conhecidos como os filósofos da Teoria Crítica. 


12 Assinale a alternativa que NÃO corresponde aos fundamentos da ciência contemporânea: 

 A) Noção de método como conjunto de regras, normas e procedimentos gerais, a fim de definir o objeto e para a orientação do pensamento durante a investigação e, posteriormente, para a confirmação ou refutação dos resultados encontrados. 
B) As leis científicas definem seus objetos conforme sistemas complexos de relações necessárias de causalidade, complementaridade, inclusão e exclusão, objetivando o caráter necessário do objeto e o afastamento do contingencial. 
C) Distinção entre sujeito e objeto do conhecimento, que permite estabelecer a ideia de subjetividade, isto é, de dependência dos fenômenos em relação ao sujeito que conhece e age. 
D) A ideia de método pressupõe a adequação do pensamento a certos princípios lógicos universalmente válidos, dos quais dependem o conhecimento da verdade e a exclusão do falso. 
E) O objeto científico é submetido à análise e à síntese, que descrevem fatos verificados ou constroem a própria objetividade como um campo de relações internas necessárias, isto é, uma estrutura que pode ser conhecida em seus elementos, propriedades, funções e formas de permanência ou de mudança. 


13 Embora o ideal cientificista tenha seu ápice entre os séculos XVIII e XIX, a ciência moderna tem como alicerce as revoluções científicas do século XVII, que, segundo Alexandre Koyré, em Do mundo fechado ao universo infinito (São Paulo/Rio de Janeiro: EDUSP/Forense Universitária, 1979, p.14), promoveram "a completa desvalorização do ser, o divórcio do mundo do valor e do mundo dos fatos". Isso teve grande ressonância para a metafísica e para a filosofia em geral. 

Assinale, então, a alternativa abaixo que NÃO corresponde ao influxo das revoluções científicas sobre a filosofia: 

A) Secularização da consciência, afastamento de metas transcendentes para objetivos imanentes, isto é, a substituição da preocupação com o outro mundo e com a outra vida, pela preocupação com esta vida e este mundo. 
B) A descoberta, pela consciência humana, de sua subjetividade essencial e, por conseguinte, a substituição do subjetivismo dos medievos e dos antigos pelo subjetivismo dos modernos. 
C) A mudança da relação entre theoria e práxis, o ideal de vita contemplativa dando lugar ao da vita activa. Enquanto o homem medieval e o antigo visavam a pura contemplação da natureza e do ser, o moderno deseja a dominação e subjugação. 
D) Há, no século XVII, uma ruptura de paradigmas em que os predominantes teocentrismo e geocentrismo são abalados, perdendo paulatinamente o status de justificação do homem e do mundo, e dando lugar às perspectivas antropocêntrica e heliocêntrica. 
E) A ciência exclui todas as considerações a respeito do valor, da perfeição, do sentido e do fim, ou seja, as causas formais e finais não servem para seus enunciados, como servem à filosofia; apenas as causas eficientes são utilizadas nas explicações científicas. 



14 Considere os seguintes enunciados a respeito da estruturação das revoluções científicas de Thomas Kuhn: 

I Uma determinada atividade com pretensões ao conhecimento atinge a fase paradigmática quando para de haver debate em torno de princípios. As diversas escolas que estudam determinado conjunto de fenômenos concordam com ser o enfoque de uma delas o mais promissor. 

II Antes de haver acordo, o que existe é um debate desorganizado entre diferentes escolas, partidárias de diferentes fundamentos, baseados em diferentes ontologias e que enfocam um mal definido conjunto de problemas, cada uma à sua maneira. 

III Durante o debate enunciado no item anterior, algumas escolas de pensamento começam a ganhar adeptos, o que sufoca as tradições rivais. A partir daí, o paradigma da escola vencedora ganha aceitação geral e passa a ser base de toda a tradição de estudo naquele campo. 

IV Depois disso, pode haver generalização, isto é, cada grupo de cientistas pode se dedicar a determinado conjunto de fenômenos, com diferentes grupos estudando os mesmos fenômenos, respectivos ao paradigma adotado. 

V O que importa é todos os grupos admitirem uma ontologia comum e, mesmo estudando fenômenos diferentes, concordarem com que estes sejam manifestações das entidades catalogadas naquela ontologia aceita por todos. 


Assinale a alternativa que corresponde à combinação exata dos itens verdadeiros: 
 A) I, II, III e IV. 
 B) II, III, IV e V. 
 C) Apenas I e II.
 D) III, IV e V. 
 E) I, II, III e V. 



 15 O filósofo que postulou a falseabilidade como critério da avaliação das teorias científicas foi: 

 A) Karl Popper. 
 B) Imre Lakatos. 
 C) Ludwig Wittgenstein. 
 D) Thomas Kuhn. 
 E) Francis Bacon. 



 16 Em 1971, o filósofo estadunidense John Rawls publica A Theory of Justice, obra na qual apresenta sua teoria da justiça como equidade. A década de 1980 ambientou o surgimento da corrente do comunitarismo, que se contrapôs à perspectiva de orientação liberal de Hawls. Leia o texto abaixo: "Para os comunitaristas, os liberais (universalistas) estariam simplesmente preocupados com a questão de como estabelecer princípios de justiça que poderiam determinar a submissão voluntária de todos os indivíduos racionais, mesmo de pessoas com visões diferentes sobre a vida boa. O que se estabelece como crítica é que, para os comunitaristas, os princípios morais só podem ser tematizados a partir de sociedades reais, a partir das práticas que prevalecem nas sociedades reais. Para eles, em John Rawls, encontram-se premissas abstratas de base como a liberdade e a igualdade que orientam (ou devem orientar) as práticas legítimas. A questão colocada é que, na interpretação comunitarista, a prática tem precedência sobre a teoria, e não seria plausível que pessoas que vivem em sociedades reais identifiquem princípios abstratos para sua existência. A crítica comunitarista aponta como insuficiente a tentativa de identificar princípios abstratos de moralidade através dos quais sejam avaliadas as sociedades existentes. A questão-chave é a negação de princípios universais de justiça que possam ser descobertos pela razão, pois, em sua avaliação, as bases da moral não são encontradas na filosofia, e, sim, na política". (SILVEIRA, Denis Coitinho. "TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS: ENTRE O LIBERALISMO E O COMUNITARISMO". In:Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(1): 169-190, 2007). 


 De acordo com o texto e com seus conhecimentos, assinale a alternativa que NÃO corresponde à crítica comunitarista à teoria da justiça de Hawls: 

 A) Opera com uma concepção abstrata de pessoa que é consequência do modelo de representação da posição original sob o véu da ignorância. 
 B) Utiliza princípios universais (deontológicos) com a pretensão de aplicação em todas as sociedades, criando uma supremacia dos direitos individuais em relação aos direitos coletivos. 
 C) Utiliza a ideia de um Estado neutro em relação aos valores morais, garantindo apenas a autonomia privada (liberdade dos modernos) e não a autonomia pública (liberdade dos antigos), estando circunscrita a um subjetivismo ético liberal. 
 D) Hawls, embora liberal, aproxima-se do marxismo, tendo apenas nas suas obras mais maduras uma veia materialista que olha para as comunidades reais. 
 E) É uma teoria deontológica e procedimental, que utiliza uma concepção ética antiperfeccionista, estabelecendo uma prioridade absoluta do justo em relação ao bem. 



 17 Sobre Wittgenstein e sua Filosofia é correto afirmar: 

 A) Defende que a tarefa da crítica consiste em examinar os limites da razão teórica e estabelecer os critérios do conhecimento legítimo. 
 B) É o responsável pela superação do aristotelismo e pelo advento do conceito moderno de ciência.  C) É considerado o iniciador da corrente filosófica conhecida como Filosofia Analítica, que tem como interesse a investigação acerca das formas e dos modos de funcionamento da linguagem. 
 D) A sua obra Tractatus Logicus Philosophicus versa sobre a relação entre forma lógica da linguagem e a sua relação com o divino. 
 E) Estabeleceu a dúvida hiperbólica acerca da veracidade das coisas que nos são apresentadas como verdadeiras. 



 18 Observe o fragmento abaixo: "[...] efetuou uma primeira tentativa de articulação que ele denominou uma teoria da competência comunicativa, em que são mediados elementos da filosofia transcendental moderna e elementos provenientes da linguística e da filosofia da linguagem para fundamentar o ponto de partida de uma teoria crítica da sociedade". (OLIVEIRA, Manfredo Araújo. Reviravolta Linguística-pragmática na filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 1996, p.293) 

Pode-se afirmar que ele se refere às ideias do filósofo: 
 A) J. Austin. 
 B) L. Wittgenstein. 
 C) N. Chomsky. 
 D) J. Habermas. 
 E) I. Lakatos. 



 19 Assinale a alternativa que corresponde à correta conclusão do silogismo abaixo: Todo tic é tac. Ora, algum toc é tic. 
 Logo, 
... A) Todo toc é tac. 
  B) Algum toc é tac. 
  C) Algum tic é toc. 
 D) Algum tac é toc. 
 E) Todo tic é toc. 




 20 Analise o silogismo e responda a questão a seguir: Todas as baleias são mamíferos. Ora, alguns animais são baleias. Logo, alguns animais são mamíferos. De acordo com a caracterização dos termos (maior=T, menor=t, e médio=M), 

assinale a alternativa correta:

 A) Baleias é T. 
 B) Animais é M. 
 C) Mamíferos é t. 
 D) Animais e mamíferos são M e T, respectivamente. 
 E) Baleias é M. 



 21 Considere as seguintes regras do silogismo categórico:

 I Todo silogismo contém somente três termos: maior, médio e menor; 
 II Os termos na conclusão não podem ter extensão maior do que nas premissas; 
 III O termo médio não pode entrar na conclusão; 
 IV O termo médio deve ser universal ao menos uma vez; 
 V De duas premissas negativas, nada se conclui; 
 VI De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa; 
 VII A conclusão segue sempre a premissa mais fraca; 
 VIII De duas premissas particulares, nada se conclui. 

 Agora, analise o silogismo abaixo: 

 Nenhum ser é perfeito. Ora, o vácuo não é ser. Logo, o vácuo não é perfeito 

 Qual das regras não é obedecida, caracterizando a invalidade do silogismo. 
 A) V. 
 B) III. 
 C) I. 
 D) VI. 
 E) VII. 




 22 Leia o texto abaixo, que trata do conceito ético de responsabilidade: "[...] devo ser considerado responsável por algo que não fiz, e a razão para a minha responsabilidade deve ser o fato de que eu pertenço a um grupo (um coletivo), o que nenhum ato voluntário meu pode dissolver [...] somos sempre considerados responsáveis pelos pecados de nossos pais, assim como colhemos as recompensas de seus méritos". (ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p.216-217). 

 Assinale a alternativa que pode ser considerada INCORRETA, enquanto interpretação do excerto acima: 

 A) A responsabilidade é coletiva, enquanto a culpa é individual. 
 B) A experiência totalitária do nazismo deve ser encarada como responsabilidade de todos, não cabendo às gerações posteriores se eximirem da responsabilidade pelo mundo, cabendo a todos o papel de salvaguardar o mundo dos terrores totalitários, mesmo que não tenham nenhuma culpa (afinal nem eram nascidos) por tais crimes contra a humanidade. 
 C) No momento em que o candidato que responde a esta prova assinala uma alternativa, há na mesma cidade uma criança sofrendo maus-tratos de um pai violento. O candidato não tem nenhuma culpa da dor dessa criança, mas deve assumir sua co-responsabilidade por esse acontecimento. 
 D) Hannah Arendt adere à perspectiva moderna de uma ética da responsabilidade individual e inalienável. 
 E) A liberdade não pode estar à margem da responsabilidade, pois se nenhum ato voluntário pode dissolver o pertencimento de um indivíduo ao grupo, a responsabilidade passa a ser condição da ação livre. 



 23 Para Marilena Chauí: "Do ponto de vista da Filosofia, podemos falar em dois grandes momentos de teorização da arte. No primeiro, inaugurado por Platão e Aristóteles, a Filosofia trata as artes sob a forma da poética; no segundo, a partir do século XVIII, sob a forma da estética." (CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. 7.ed. São Paulo: Ática, 2001, p. 321). 

 A partir do enunciado em questão é INCORRETO afirmar que: 
 A) O termo arte poética deriva de uma obra de Aristóteles sobre as artes da fala e da escrita, do canto e da dança. 
 B) A arte poética se preocupa com as obras de arte como fabricação de seres e gestos artificiais, ou seja, elaborados pelos seres humanos. 
 C) O termo estética vem do grego aesthesis, que significa conhecimento sensorial, experiência, sensibilidade. Em sua acepção original, referia-se ao estudo das obras de arte enquanto criações da sensibilidade, tendo como fim o belo. 
 D) Após seu surgimento, o termo estética vai substituindo a ideia de arte poética passando a se referir a toda investigação filosófica que tenha por objeto as artes. 
 E) Para a Estética, a arte é produto da racionalidade e da formulação lógica do artista e que, dessa forma, o belo é igual ao verdadeiro. 



 24 Leia o texto abaixo e assinale o filósofo da primeira geração do Pragmatismo e representante da Escola Nova que é responsável por esta célebre definição de educação: "A ideia do desenvolvimento dá em resultado a concepção de que a educação é um constante reorganizar ou reconstruir de nossa experiência. Ela tem sempre um fim imediato, e, na proporção em que a atividade for educativa, ela atingirá esse fim - que é a transformação direta da qualidade da experiência" 

 A) Charles Peirce. 
 B) Willian James. 
 C) John Dewey. 
 D) John Rawls. 
 E) Richard Rorty. 




 25 Ficou marcado, na história dos debates sobre ensino de filosofia, o dilema de o ato de ensinar filosofia ser ou não igualmente filosofar, ou se é um recurso pedagógico inferior, destituído do problema filosófico, ficando a cargo de pesquisadores em filosofia o ato da problematização essencialmente filosófica. 

Há estudiosos, entretanto, que consideram o ensino de filosofia como problema filosófico, na medida que:
 A) Resta ao filósofo, sobretudo no Brasil, a docência como opção profissional. 
 B) São os professores de filosofia do ensino médio os primeiros a divulgar o conhecimento filosófico de maneira sistemática. 
 C) Todos os adolescentes são curiosos por natureza, o que faz de qualquer tentativa de ensino um trabalho primário com o processo do filosofar. 
 D) O ensino de filosofia consiste numa intervenção filosófica sobre textos filosóficos, problemáticas filosóficas tradicionais, ou temáticas não filosóficas abordadas filosoficamente. 
 E) Desenvolve estratégias didáticas diversificadas, sempre partindo da realidade do aluno, fazendo com que ele pense filosoficamente sem dar-se conta de que está lidando filosoficamente com o cotidiano. 




 26 Na Crítica da Razão Pura, Kant inova introduzindo um novo tipo de juízo, basilar para a sua epistemologia. 

Acerca dos juízos, é possível afirmar: 
 A) Os juízos sintéticos a posteriori ocorre quando o predicado B ocorre no sujeito A. 
 B) Os juízos analíticos a priori ocorrem quando o predicado B está fora do conceito do sujeito A, embora estejam ligados. 
 C) O juízo sintético a priori é necessário e universal, como os analíticos, e amplitativos, como os sintéticos. 
 D) Os juízos analíticos a priori são logicamente contingenciais. 
 E) O juízo sintético a priori é sempre dependente da experiência. 




 27 "O interesse pela consciência reflexiva ou pelo sujeito do conhecimento deu surgimento a uma corrente filosófica conhecida como fenomenologia, iniciada pelo filósofo alemão Edmund Husserl." (CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. 7.ed. São Paulo: Ática, 2001). 

 Sobre a fenomenologia, é correto afirmar que: 
 A) Considera a razão uma estrutura da consciência, mas cujos conteúdos são produzidos por ela mesma, independentemente da experiência. 
 B) Para Husserl, o que chamamos de "mundo" ou "realidade" é um conjunto de coisas e pessoas, animais e vegetais. 
 C) A razão é "doadora do sentido", mas ela não "constitui a realidade" enquanto sistemas de significações que dependem da estrutura externa à consciência. 
 D) As significações são pessoais, psicológicas, sociais e nunca universais e necessárias. 
 E) Admite que as formas e os conteúdos da razão mudem no tempo e com o tempo. 




 28 Considere as seguintes definições sobre campos próprios da reflexão filosófica: 

 I Conhecimento das formas gerais e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro, independentemente dos conteúdos pensados. 
 II Análise crítica das ciências, tanto as ciências exatas ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas; 
 III A linguagem como manifestação da humanidade do homem; signos, significações; a comunicação; passagem da linguagem oral à escrita, da linguagem cotidiana à filosófica, à literária, à científica; diferentes modalidades de linguagem como diferentes formas de expressão e de comunicação; 

 As definições I, II e III referem-se respectivamente a: 
 A) Metafísica, lógica e estética. 
 B) Lógica, epistemologia e filosofia da linguagem. 
 C) Epistemologia, lógica e filosofia da linguagem. 
 D) Ética, metafísica e epistemologia. 
 E) Filosofia da história, filosofia política e filosofia da arte. 





 29 O filósofo alemão Karl Marx, na busca de um caminho epistemológico que fundamentasse o conhecimento para a interpretação da realidade histórica e social que o desafiava no século XIX, superou posições que diziam respeito à dialética hegeliana e conferiu-lhe um caráter materialista e histórico. 

Pode-se afirmar que a única alternativa que NÃO corresponde ao materialismo histórico é: 
 A) É a consciência dos homens que determina o seu ser; Não é o seu ser social que, inversamente, determina sua consciência. 
 B) O conjunto das relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. 
 C) O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. 
 D) Defende que a História não é um progresso linear e contínuo, mas um processo de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção e as forças produtivas. 
 E) A luta de classes exprime as contradições sociais, sendo o motor da História. 





 30 Leia o texto abaixo: "Nesse contexto, as artes vão buscar um naturalismo crescente, mantendo estreita ligação com a ciência empírica que desponta na época e fazendo uso de todas as suas descobertas e elaborações em busca do ilusionismo visual. A perspectiva científica, a teoria matemática das proporções [...], as conquistas da astronomia, da botânica, da fisiologia e da anatomia são incorporadas às artes" (ARANHA, Maria L. A.; MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à filosofia. 3.ed. rev. São Paulo: Moderna, 2003. p. 394). 

 Assinale a concepção estética à qual o texto se refere: 
 A) Naturalismo Grego. 
 B) Naturalismo Renascentista. 
 C) Romantismo. 
 D) Estética Normativa. 
 E) Pós-Modernismo. 


 GABARITO: 
 11 B 
 12 C 
 13 B 
 14 E 
 15 A 
 16 D 
 17 C 
 18 D 
 19 B 
 20 E 
 21 A 
 22 D 
 23 E 
 24 C 
 25 D 
 26 C 
 27 A 
 28 B 
 29 A 
 30 B 


 QUESTÕES SUBJETIVAS (Mínimo de 20 linhas e Máximo de 30 linhas) 

 31 "A metafísica representa, essencialmente, o lado especulativo da Filosofia. Estuda a natureza da realidade suprema. Examina perguntas como estas: O universo, como um todo, está racionalmente planejado ou é, fundamentalmente, desprovido de significado? Aquilo a que chamamos de espírito nada mais é do que uma ilusão alimentada pela presente inadequação do conhecimento científico, ou possui uma realidade própria? [...] Com a ascensão da ciência, muitos acreditaram que a metafísica era uma perda de tempo. As descobertas da ciência foram consideradas mais dignas de confiança, já que podiam ser observadas e medidas, ao passo que as noções metafísicas não podiam ser verificadas empiricamente, e dificilmente pareciam relevantes para a vida cotidiana. Hoje, porém, reconhecemos que a metafísica e a ciência são duas atividades diferentes, cada uma delas valiosa por direito próprio." (KNELLER, George. Introdução à filosofia da educação. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1970, p. 16-17). Explique as diferenças entre a especulação metafísica e o conhecimento científico.


32 "Face à multiplicidade das orientações em filosofia, não se pode tratá-la apenas como um corpo de saber já a disposição para ser transmitido. A proliferação de teorias e discursos, a diversidade e a dispersão da atividade filosófica atual, exige que se fale em filosofias, e não em filosofia. Assim, a primeira tarefa do professor de filosofia é a de se definir por uma determinada concepção de filosofia que seja adequada para cumprir com os objetivos educacionais da disciplina. Situar a filosofia como disciplina escolar no horizonte dos problemas contemporâneos - científicos, tecnológicos, ético-políticos, artísticos ou decorrentes das transformações das linguagens e das modalidades de comunicação ? implica uma tomada de posição para que sua contribuição seja significativa quanto aos conteúdos e processos cognitivos" (FAVARETTO, Celso. "Filosofia, ensino e cultura". In: KOHAN, Walter (org.). Filosofia:caminhos para seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004, p. 

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 Questões sobre Escola de Frankfurt 
 1. (Unesp 2013) Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, em virtude da transformação estética, representar, no destino exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora ou para a “revolução”. O potencial político da arte baseia-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua relação com a práxis (ação política) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente política for a obra de arte, mais reduzidos são seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse sentido, pode haver mais potencial subversivo
 na poesia de Baudelaire e Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht. (Herbert Marcuse. 

A dimensão estética, s/d.) Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte caracteriza-se por 

a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador da ordem burguesa.  
b) comprometer-se com as necessidades de entretenimento dos consumidores culturais. 
c) estabelecer uma relação de independência frente à conjuntura política imediata. 
d) subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de transformação da sociedade. 
e) contemplar as aspirações políticas das populações economicamente excluídas. 


2. (Uel 2010) Leia o texto a seguir: “A ideia de progresso manifesta-se inicialmente, à época do Renascimento, como consciência de ruptura. [...] No século XVIII tal ideia associa-se à consciência do caráter progressivo da civilização, e é assim que a encontramos em Voltaire. Tal como para Bacon, no início do século XVII, o progresso também é uma espécie de objeto de fé para os iluministas. [...] A certeza do progresso permite encarar o futuro com otimismo”. (Adaptado de: FALCON, F. J. C. Iluminismo. 2. ed. São Paulo: Ática, 1989, p. 61-62.) Na primeira metade do século XX, a ideia de progresso também se transformou em objeto de análise do grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Social vinculado à Universidade de Frankfurt. 

Tendo como referência a obra de Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: 
a) Por serem herdeiros do pensamento hegeliano, os autores entendem que a superação do modelo de racionalidade inerente aos conflitos do século XX depende do justo equilíbrio entre uso público e uso privado da razão. 
b) A despeito da Segunda Guerra, a finalidade do iluminismo de libertar os homens do medo, da magia e do mito e torná-los senhores autônomos e livres mediante o uso da ciência e da técnica, foi atingido. 
c) Os autores propõem como alternativa às catástrofes da primeira metade do século XX um novo entendimento da noção de progresso tendo como referência o conceito de racionalidade comunicativa. 
d) Como demonstra a análise feita pelos autores no texto “O autor como produtor”, o ideal de progresso consolidado ao longo da modernidade foi rompido com as guerras do século XX. 
e) Em obras como a Dialética do esclarecimento, os autores questionam a compreensão da noção de progresso consolidada ao longo da trajetória da razão por ela estar vinculada a um modelo de racionalidade de cunho instrumental. 



3. (Uel 2010) Leia o texto de Adorno a seguir. Se as duas esferas da música se movem na unidade da sua contradição recíproca, a linha de demarcação que as separa é variável. A produção musical avançada se independentizou do consumo. O resto da música séria é submetido à lei do consumo, pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se tal música séria como se consome uma mercadoria adquirida no mercado. Carecem totalmente de significado real as distinções entre a audição da música “clássica” oficial e da música ligeira. (ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: BENJAMIN, W. et all. Textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.) 

 Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Adorno, é correto afirmar: 
a) A música séria e a música ligeira são essencialmente críticas à sociedade de consumo e à indústria cultural. 
 b) Ao se tornarem autônomas e independentes do consumo, a música séria e a música ligeira passam a realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de troca. 
 c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria autorreflexividade ao transformar a música ligeira e a séria em mercadorias. 
 d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram transformadas em mercadoria com o avanço da produção industrial. 
 e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas e nada possuem em comum. 




 4. (Unicentro 2010) Qual dos argumentos abaixo não caracteriza a crítica feita pela Escola de Frankfurt à razão ocidental? 

a) A Escola de Frankfurt confronta-se com a questão da autodestruição da razão, examinando o acasalar de razão e barbárie na história, comprometendo-se, assim, a pensar como é que a razão humana pôde entrar em um conflito tão radical consigo própria. 
 b) Para os filósofos da Escola de Frankfurt, principalmente para Adorno e Horkheimer, há uma implicação paradoxal da razão ocidental e do mito: o próprio mito já é razão e a razão volta a ser mitologia da modernidade burguesa, isto é, se o mito se baseia na imitação dos fenômenos naturais, a ciência moderna substitui a mimese pelo princípio de identidade. 
c) Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna deve contrapor ao irracionalismo inerente a sua própria constituição, uma visão instrumental da razão, na tentativa de adequar meios e fins. Para esses filósofos, a razão deve observar e normatizar, calcular, classificar e dominar a natureza, controlando as incoerências, injustiças e os acasos da vida. 
d) A racionalidade ocidental configura-se, na crítica feita pela Escola de Frankfurt, como razão de dominação e controle da natureza exterior e interior. Ao separar sujeito e objeto, corpo e alma, natureza e cultura, destitui o indivíduo de seu aspecto empírico e singular, transformando-o em um autômato. 
e) Para a Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna adota a mesma atitude com relação aos objetos que o ditador em relação aos homens: conhece-os para melhor os dominar. A crítica desses filósofos se dirigiu a um tipo de saber que quer ser sinônimo de poder, e que tem a técnica como sua essência. 



5. (Ufla 2010) Analise as afirmativas sobre a Escola de Frankfurt e sua Teoria Crítica, coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA. 
 ( ) Adorno, Horkheimer, Benjamin e Marcuse são os pensadores que mais se destacaram e, apesar das críticas feitas a Marx, foram, por ele, influenciados. 
( ) A Teoria Tradicional é representada, segundo os frankfurtianos, por todos os filósofos que, desde Descartes até o Iluminismo, deram grande ênfase ao racionalismo. 
( ) A Teoria Crítica afirma que a razão pode conter sombras quando se coloca a serviço da dominação. 
( ) Segundo os frankfurtianos, um indivíduo autônomo, consciente de seus fins, não tem possibilidade de acontecer, pois o conflito entre a razão autônoma e suas forças obscuras e inconscientes não finda.

 a) F – V – V – F 
 b) V – F – F – V 
 c) F – V – F – V 
 d) V – V – V – F 



 6. (Uel 2009) Texto “Se você é o que você come, e consome comida industrializada, você é milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comida industrializada nos EUA contenha milho de alguma forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão. O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e também porque os EUA produzem mais da metade do milho distribuído no mundo. (Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível. Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.) 


 Com base no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento do capitalismo e a indústria cultural, considere as afirmativas. 

 I. O capitalismo contemporâneo tornou a globalização um fenômeno que intensificou a padronização e a homogeneização como formas de reprodução técnica criadas a partir da revolução industrial. 
II. A abertura comercial dos portos das colônias americanas resultou no cercamento dos campos, facilitando o comércio pelo acúmulo de capitais e, em consequência, a revolução industrial. 
III. A crítica filosófica à instrumentalização cultural constata que o predomínio da racionalidade técnica permitiu o resgate do potencial emancipatório da razão sonhado pelo projeto iluminista. 
IV. Com o avanço tecnológico, a racionalidade técnica penetra todos os aspectos da vida cotidiana, subjugando o homem a um processo de instrumentalização cultural e homogenização de comportamentos. 

 Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 




 7. (Uel 2009) Com base no pensamento estético de Adorno e Benjamin, considere as afirmativas a seguir. 

 I. Apesar de terem o mesmo ponto de partida, a saber, a análise crítica das técnicas de reprodução, Adorno e Benjamin chegam a conclusões distintas. Adorno entende que a reprodutibilidade das obras de arte é algo negativo, pois transforma esta última em mercadoria; para Benjamin, apesar de a reprodutibilidade ter aspectos negativos, uma forma de arte como o cinema pode ser usada potencialmente em favor da classe operária. 

II. Para Adorno, o discurso revolucionário na arte torna esta forma de expressão humana instrumentalista, e isto significa abolir a própria arte. Por seu turno, Benjamin considerava que os novos meios de comunicação não deveriam ser substituídos, mas sim transformados ou subvertidos segundo os interesses da comunicação burguesa. 

III. Para Adorno, a noção de aura na obra de arte preservava a consciência de que a realidade poderia ser melhor, mas o processo de massificação da arte dissolveu tal noção e, com ela, a dimensão critica da arte. Para Benjamin, a perda da aura destruiu a unicidade e a singularidade da obra de arte, que perde o seu valor de culto e se torna acessível. 

IV. Adorno vê positivamente a reprodutibilidade da arte, já que a obra de arte se transforma em mercadoria padronizada que possibilita a todos o acesso e o desenvolvimento do gosto estético autônomo; para Benjamin, a reprodução tem como dimensão negativa essencial o fato de impossibilitar às massas o acesso às obras. 

 Assinale a alternativa correta.
 a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 b) Somente as afirmativas I e III são corretas. 
 c) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
 d) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 
 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 





 8. (Uel 2009) O debate nascido nos anos 80 sobre a crise da modernidade tem como pano de fundo a consciência do esgotamento da razão, no que se refere a sua incapacidade de encontrar perspectivas para o prometido progresso humano. O pensamento de Habermas situa-se no contexto dessa crítica. A racionalidade ocidental, desde Descartes, pretendeu a autonomia da razão, baseada no sujeito que solitariamente representa o mundo. [...] A racionalidade prevalente na modernidade é a instrumental[...]. (HERMANN, N. O pensamento de Habermas. In: Filosofia. Sociedade e Educação. Ano I, n.I. Marília: UNESP, 1997. p. 122-1 23.) 


 Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Teoria Crítica de Adorno e Horkheimer e sobre o pensamento de Jürgen Habermas, é correto afirmar que a racionalidade Instrumental constitui 

 I. um conhecimento que se processa a partir das condições especificas da objetividade empírica do fato em si. 
II. o processo de entendimento entre os sujeitos acerca do uso racional dos instrumentos técnicos para o controle da natureza. 
III. uma forma de uso amplo da razão, que torna o homem livre para compreender a si mesmo a partir do domínio do conhecimento científico. 
IV. um saber orientado para a dominação e o controle técnico sobre a natureza e sobre o próprio ser humano. 

 Assinale a alternativa correta. 
 a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 





 9. (Uel 2009) Sobre a crítica frankfurtiana à concepção positivista de ciência e técnica, é correto afirmar que a racionalidade técnica 

 I. dissocia meios e fins e redunda na adoração fetichista de seus próprios meios. 
II. constitui um saber instrumental cujo critério de verdade é o seu valor operativo na dominação do homem e da natureza. 
III. aprimora a ação do ser humano sobre a natureza e resgata o sentido da destinação humana. 
IV. incorpora a reflexão sobre o significado e sobre os fins da ciência no contexto social. 


 Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
 e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 





 10. (Ufpa 2008) Desde Platão se discute a função sociocultural da arte, o que confere à sua autonomia uma certa relatividade. Recentemente, com a Escola de Frankfurt, cunhou-se para a determinação social da arte termos como “indústria cultural” e “cultura de massa”, porque, como diz Theodor Adorno, no regime econômico capitalista sacrifica-se “o que fazia a diferença entre a lógica da obra [de arte] e a do sistema social.” 


Com relação à interpretação de Adorno sobre a função social da arte no regime capitalista, considere as afirmativas abaixo: 
 I. Na sociedade capitalista, o desenvolvimento técnico-industrial conduziu à padronização do gosto em beneficio do mercado. 
II. Não há gozo da arte, na sociedade liberal, se a criação for massificada. 
III. Ao sacrificar a lógica da obra às determinações do sistema, o artista está garantindo não só seu lucro como a própria sobrevivência da arte, já que a nossa economia é capitalista. 
IV. Com a indústria cultural, ocorre a perda completa da ideia de autonomia da arte. 
V. Adorno não concorda com Platão quanto à ideia de que a experiência estética, como acontece hoje em dia, necessita de um nexo funcional para cumprir seu papel na vida social e política do homem. 


Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II 
 b) II e V 
 c) I e IV 
 d) II, III, V 
 e) I, III, IV e V 




 11. (Uel 2006) “O que os homens querem aprender da natureza é como aplicá-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens. Fora isso, nada conta. [...] O que importa não é aquela satisfação que os homens chamam de verdade, o que importa é a operation, o procedimento eficaz. [...] A partir de agora, a matéria deverá finalmente ser dominada, sem apelo a forças ilusórias que a governem ou que nela habitem, sem apelo a propriedades ocultas. O que não se ajusta às medidas da calculabilidade e da utilidade é suspeito para o iluminismo [...] O iluminismo se relaciona com as coisas assim como o ditador se relaciona com os homens. Ele os conhece, na medida em que os pode manipular. O homem de ciência conhece as coisas, na medida em que as pode produzir.” (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Conceito de Iluminismo. Trad. Zeljko Loparic e Andréa M. A . C. Loparic. 2. ed. São Paulo: Victor Civita, 1983. p. 90-93.) 


 Com base no texto e nos conhecimentos sobre a racionalidade instrumental em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: 
 a) A razão iluminista proporcionou ao homem a saída da menoridade da qual ele era culpado e permitiu o pleno uso da razão, dispensando a necessidade de tutores para guiar as suas ações. 
 b) O procedimento eficaz, aplicado segundo as regras da calculabilidade e da utilidade, está desvinculado da esfera das relações humanas, pois sua lógica se restringe aos objetos da natureza. 
 c) A racionalidade instrumental gera de forma equânime conforto e bem estar para as pessoas na esfera privada e confere um maior grau de liberdade na esfera social. 
 d) A visão dos autores sobre a racionalidade instrumental guarda um reconhecimento positivo para setores específicos da alta tecnologia, sobretudo aqueles vinculados à informática. 
 e) Contrariando a tese do projeto iluminista que opõe mito e iluminismo, os autores entendem que há uma dialética entre essas duas dimensões que resulta no domínio perpetrado pela razão instrumental. 





12. (Ufma 2005) “A rua era das mais animadas da cidade; por todo o dia estivera cheia de gente. Mas agora, ao anoitecer, a multidão crescia de um minuto para outro; e quando se acenderam os lampiões de gás, duas densas, compactas correntes de transeuntes cruzavam diante do café. Jamais me sentira num estado de ânimo como o daquela tarde; e saboreei a nova emoção que de mim se apossara ante o oceano daquelas cabeças em movimento. Pouco a pouco perdi de vista o que acontecia no ambiente em que me encontrava e abandonei-me completamente à contemplação da cena externa.” (Walter Benjamin – 

Sobre alguns temas em Baudelaire) O texto nos leva a uma compreensão de estética como: 
 a) uma concepção de que o belo não está em uma forma definida, mas na plasticidade do cotidiano.  b) um estudo do caos humano representado pela multidão e suas relações econômicas. 
 c) estabelecimento de um padrão de beleza para a obra de arte.
 d) técnica de reprodução da obra de arte em massa. 
 e) imitação do mundo sensível. 



 GABARITO ABAIXO

 1 - C
 2 - E
3 - D
4 - C
5 - D
6 - B
7 - B
8 - B
9 - A
10 - C
11 - E
12 - A